Mil folhas de outono...
Mil folhas de outono sobre esse meu jardim...
São folhas de abandono, restos de tais dores...
Tantas, tantas flores que morreram dentro de mim!
Debulhadas em pedaços, sem nem ter mais odores...
São folhas colhidas no verão, sem ter carmim...
Até as margaridas choraram por seus amores...
São pétalas perdidas, d' uma dor sem fim!
Lágrimas contidas... No fim, nascerão flores!
Mil flores trarão beleza e doce perfume...
Um lindo buquê que a vida enfim nos arrume!
São lírios, rosas, dálias... Flores d' várias cores...
Retratos pintados de teus e meus amores,
Retalhos espalhados sem nem ter valores...
Pois nunca terão na essência d'alma o teu lume!
©SOL Figueiredo – 14/12/12 – 22:15h