SOL Figueiredo
Enquanto sonhas acordado. Apagarei meu passado. Do sentimento retratado. A cada poema tão destilado!
Textos

Cordel Minerim!

 

Eu sou minerim simsinhô,

num istudei pra sê doutô,

sou violeiro, inté cantadô,

Dizem qui sô sonhadô.

Outros diz: - É matadô!

Minh' mainha é di Sarvadô

Meu pai? - Num conheci, não!

 

Sou cabra macho, simsinhô!

Inté já fui lavradô,

Caminhoneiro sem temô!

Conheci o meu “Brasir”, sô!

Tenho voz de locutô,

mas sonho mezzz é ser cantô!

A Maria diz aqui, qui sô tenô!

Prá igreja? - Confófô vô não!

 

Minha vida foi só de dô...

Dô de dente, ô dó, qui fô...

dum coração sofredô...

Conheci, o “ômi”, simsinhô!

Vergulino, “O Matadô”,

Cabra arretado, um terrô!

Máêtapovim, ô trem bão!

 

Temo ao meu Deus Salvadô,

I nunca matei, não, sô...

Juro dis pé junto, se fô...

É véra, seu môço... Não sô!

Eu num sou niúma flô,

mas tenho no meu pensadô

qui a vida é bem mai mió

si dela eu levá uma paixão!

 

Caseio com Maria das Dô!

No casório deirte uma flô...

- Óiquió, Pádri, quéro não, sô!

I Maria dissi: - Óiaí amô,

ocê préstenção, uai! É simsinhô!

Assinei os paper com meu suó...

- Émêss, o pai veio di facão!

 

Cabra purdimais matadô:

onzi, eli já matô com dô...

áqui, ou lá, seja óndi fô...

Di tiro, uns dozi autô,

No fio da narvalha pió...

Já a bala vára sem dó!

Difunto? Num chóra não!

 

Dagóra, ti fáço um favô...

Mudo a prosa di rumo, sô!

Quainahora, dum horrô!

Já vai raiá o dia, qui calô...

Cantei éssa cantoria, pro sinhô

Sabê quenhéquisô, Seudoutô!

- Muié, põe árgua prus fejão!

 

 

© SOL Figueiredo
26/12/2012 - às 02:25h

SOL Figueiredo
Enviado por SOL Figueiredo em 26/12/2012
Alterado em 04/01/2013
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